Conheça como a Microsoft está revolucionando a pesquisa no Bing com recursos de ChatGPT. Descubra as novidades e vantagens da utilização desta tecnologia na busca de informações.
Você já conhece a rotina: entra em um site de buscas, digita o que procura e seleciona o que parece mais adequado entre resultados que podem chegar a milhares.
É assim com Google, Bing e todos.
Com a Inteligência Artificial, isto pode mudar: ao invés de links, informação calibrada para o seu interesse.
O Bing pode ser um dos que trabalharão assim a partir de março usando o ChatGPT.
Estamos falando de um chatbot, “um programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas (…) O objetivo é responder as perguntas de tal forma que as pessoas tenham a impressão de estar conversando com outra pessoa e não com um programa de computador”, segundo a definição da Wikipédia.
Criado pela empresa OpenAI, ele aplica algoritmos de aprendizado de máquina a um grande volume de texto para responder perguntas do usuário com uma linguagem muito semelhante à humana.
Dona do Bing, a Microsoft investe na OpenAI há quase quatro anos. Especialistas dizem que a empresa espera que a IA a ajude a ganhar terreno sobre o Google, líder de mercado tão popular que se tornou um verbo em inglês.
Gratuito, o ChatGPT é considerado o chatbot mais útil e sofisticado à disposição. De “O que é a Teoria Especial da Relatividade” até “Localizar a feira mais próxima”, ele responde todo tipo de solicitação em segundos.
Ainda em 2022, a Microsoft anunciou que o DALL-E, um programa de inteligência artificial da mesma OpenAI que cria imagens com base em descrições textuais, será integrado ao Image Creator do Bing.
Um dado que pode ser um divisor de águas é que a empresa de IA deu a entender que pode vir a cobrar pelo uso do ChatGPT. Isto significa que, se o Bing realmente incorporar funções deste bot, será a única maneira de continuar usufruindo do ChatGPT de graça.
Este poderia ser um diferencial para o Bing se tornar mais atraente aos olhos dos milhões de usuários de internet para os quais ‘mecanismo de busca’ e ‘Google’ são sinônimos.
Segundo uma reportagem de janeiro de 2023 de um site especializado em tecnologia, o Google já vê o ChatGPT como uma ameaça no horizonte.
No final do ano passado, a empresa americana dominava nada mais, nada menos do que 80% do mercado.
É verdade que o Google tem modelos de linguagem muito sofisticados, que utiliza para compreender melhor o que seus usuários pesquisam.
Ainda no ano passado, um executivo da empresa causou celeuma ao dizer que um deles é “consciente”.
O xis da questão são os chamados modelos NLP (Processamento de Linguagem Natural), que supostamente ‘humanizam’ os textos gerados por IA.
O Google parece relutar em adotar mais NPL como forma de aprimorar seu mecanismo de busca por receio de que ele não funcione bem.
Por funcionar bem, entenda-se confiabilidade. Uma das limitações do ChatGPT e congêneres são as respostas erradas – que os aproximam de nós, meros mortais.
Um site de perguntas e respostas para profissionais e entusiastas de programação de computadores rejeitou o ChatGPT por considerar seu índice de acertos “baixo demais”. O próprio CEO da empresa que o criou alertou que ele ainda não deve ser usado para nada “importante”, entenda-se como quiser a palavra.
Um motivo ainda mais sério para o Google estar pensando duas vezes em dar mais espaço à nova tecnologia é dinheiro.
Qual é a diferença entre um chatbot e um mecanismo de busca?
O primeiro informa o usuário o que ele pesquisou, o segundo propõe links, muitas vezes patrocinados.
É da renda de propaganda, afinal, que o site retira a maior parte de sua receita. Usuários menos expostos a anúncios podem significar menos lucro para o Google.
Será que existem maneiras de driblar esta ironia – uma tecnologia que facilita a vida dos usuários às custas das empresas que lhes oferecem serviços?
Pode ser que sim. Como os chatbots aprendem graças ao treinamento de programadores, podem ser orientados a direcionar os usuários a determinadas empresas quando indagados sobre produtos e serviços.
Perguntas genéricas, como “qual é o melhor analgésico?”, criariam oportunidades deste tipo.
Também pesa a favor do Google nesta suposta competição futura com um Bing dotado de IA o seu modo de funcionamento.
O mecanismo de busca usa um algoritmo de ranking de página que se considera gerar links mais oportunos. Outro fator relevante é que as buscas se concentram mais em temas, enquanto os bots se concentram mais em respostas específicas.
Uma desvantagem do ChatGPT é recorrer a textos brutos, sem citações ou links, o que obriga o usuário cuidadoso a buscar fontes de confirmação. Por outro lado, como utiliza os algoritmos de IA mais recentes e bem treinados, o ChatGPT chega a oferecer respostas melhores do que o site de buscas. Ao que tudo indica, ainda passaremos algum tempo “dando um Google” antes de dar preferência ao ChatGPT – pelo menos até a chegada do GPT-4, a próxima geração da tecnologia da OpenAI.